A NOVIDADE É CRISTO!

A NOVIDADE É CRISTO!

 

Nosso tempo é a época da busca incessante por novidades, às vezes irrefletidamente. Muita gente está viciada em novidade, ainda que aquilo que é tradicional seja saudável e seguro, testado por muitas gerações. Despreza-se a história e o conselho das gerações passadas, de tal modo que poucas pessoas admitem ser idosas com alegria e tantas outras evitam falar da própria idade. Até mesmo as Igrejas têm assimilado esta marca do nosso tempo, aceitando novidades no culto e na doutrina que não se sustentam diante das Escrituras.

Sabemos que cada geração contribui com suas experiências e com o conhecimento construído para que a humanidade prossiga em sua caminhada histórica, todavia não precisamos “inventar a roda” a cada geração. Em se falando da Igreja de Cristo, podemos estabelecer novas estratégias para que a mesma mensagem dos crentes primitivos seja compartilhada com todos. Podemos escrever novas canções que exaltem a Deus com a mesma reverência destinada a Ele nos velhos hinos. Podemos (e devemos!) confrontar a Igreja com seus descaminhos e chamá-la de volta ao cumprimento da sua missão, estabelecida por Cristo há dois milênios. Mas não podemos estabelecer um novo culto, exclusivo da nossa época, e uma nova doutrina, amoldada aos ventos da pós-modernidade “porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Coríntios 3:11).

O desprezo à sã doutrina tem gerado crentes inconsistentes, incapazes de “responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pedro 3:15). Pessoas têm sido enganadas pelos falsos profetas da nossa época, porque amam as novidades apresentadas por estes obreiros da iniquidade. Já não mais conhecem a atitude nobre dos crentes que “de bom grado receberam a Palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (Atos 17:11). Empolgam-se com as absurdas campanhas de oração, nas quais são comercializadas toda sorte de bugigangas gospel, desde o sabonete ungido até à vassoura que limpa a casa das maldições. Toleram a demoníaca teologia da prosperidade, com sua exaltação a um estilo de vida materialista reprovado por Cristo. Aprendem jargões do mundo neopentecostal para dar ordens a Deus e ao diabo e, assim, inventam uma doutrina afastada da Palavra de Deus, criada por quem depende das novidades para continuar crendo em qualquer coisa.

As novidades em muitas reuniões ditas evangélicas eliminaram a existência do verdadeiro culto evangélico ao Deus Eterno. Os artistas são ovacionados. A necessidade humana de entretenimento é atendida por apresentadores de shows em espaços que deveriam ofertar culto a Deus. As letras das músicas e as demais apresentações se dedicam a valorizar o ser humano acima daquilo que o Evangelho ensina. É um “outro evangelho”, como ensina o Apóstolo Paulo em Gálatas 1:6-9. Este é o evangelho da novidade, para o qual o Cristo apresentado pelas Escrituras é simples e humilde demais, antigo demais para frequentar suas reuniões excêntricas. Este “outro evangelho” é anátema, maldito, reprovável aos olhos do nosso Deus.

A novidade da Igreja genuína não está no culto ou na doutrina, já que ambos foram estabelecidos definitivamente por Deus e revelados em sua imutável Palavra. A novidade está na mensagem do Evangelho de Cristo, que regenera o pecador e mostra-lhe uma nova vida. Cada ato de quebrantamento diante de Deus, cada compromisso firmado após reconhecimento da vontade de Deus, cada momento de um culto sincero e espiritual, nos dão a entender o que é novidade de vida. Quando Cristo é o centro da nossa pregação e o destinatário do nosso culto, tudo se parece novo a cada dia, mesmo para aqueles que têm uma longa caminhada cristã. A novidade é Cristo!

Alimente-se da Palavra de Cristo, imite-O e celebre-O em seu viver, assim você estará liberto da ditadura da novidade e saberá o que é viver a nova vida andando no antigo Caminho, sob a direção d’Aquele que promete: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). Em Cristo está a nossa novidade de vida (Romanos 6:4)!

 

 

Pr. Tarcísio Farias Guimarães

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