A FONTE DO AMOR PARA A FAMÍLIA

A FONTE DO AMOR PARA A FAMÍLIA

 

Amar é mais do que simplesmente falar – “Ainda que eu fale”. O Amor transcende o conhecimento – “Ainda que saiba”. O Amor é mais forte do que os poderes humanos – “Ainda que tenha capacidades”. Amar não se reduz a mera filantropia – “Ainda que eu dê”. O Amor é a maior de todas as virtudes – “o maior destes”. O Amor é eterno – “jamais acaba”. Procurando mostrar o “caminho sobremodo excelente”, Paulo ensina, em I CORÍNTIOS 13, que o Amor supera os dons espirituais e exige um autoexame contínuo ao final do qual a pessoa piedosa descobrirá que não é capaz de produzir por si mesma paciência, bondade, altruísmo, justiça, verdade, alegria, humildade e perdão. Dependerá de uma atitude permanente de abertura do ser para uma fonte superior e inesgotável: o Amor.

A fonte do amor transcende o próprio ato de amar e pressupõe a ação e iniciativa divina. Deus criou o universo para revelar seu amor pessoal. Todas as virtudes começam na pessoa de Deus e em seu amor. Temer e adorar a Deus está no início de todo amor verdadeiro. A Bíblia é a mensagem do amor perfeito, abundante e constante de Deus pela humanidade e toda a criação. Deus sempre age em Santo Amor e cabe às suas criaturas manterem uma postura de receptividade confiante e leal. Toda a forma de desamor em família, da indiferença à violência, de incompreensões a agressões, tem sua origem em corações endurecidos que se fecharam para receber o puro amor que flui do relacionamento íntimo e contínuo com Deus. Somente neste estado de dependência é possível doar-se, buscar o bem alheio, repartir.

Jonathan Edwards, pastor e teólogo, considerado um dos maiores filósofos norte-americanos, afirmava que “Deus é a fonte do amor como o Sol é a fonte da luz”. Para ele “O amor é a luz e glória que circundam o trono em que Deus se acha sentado”. Já o brasileiro Ariovaldo Ramos, pastor e teólogo com formação em filosofia na USP, destaca que “o amor é a síntese de todas as qualidades que Deus nos emprestou, para que a maldade, proveniente da queda, não fosse o único tom de nossa existência”. Ele ainda lembra que o amor é de Deus, como ensina João, o discípulo amado: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”. (1 JOÃO 4:7). John Sttot, o maior exegeta cristão do século XX, relaciona a origem do amor com o modo de existência da Trindade Santa: “O amor emana das misteriosas relações entre as Pessoas da Divindade. Por ser o amor de Deus espontâneo e contínuo, todo amor humano é apenas resposta e reflexo do amor divino”. Em concordância, o pastor Carlos McCord, fundador do Ministério Permanecer, costuma declarar: “Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) é um sistema onde o amor não para”.

Em família, cônjuges, pais e filhos devem partir desta compreensão teológica para uma prática de fé que reflita abertura e receptividade ao amor de Deus. No cotidiano da vida doméstica, o compartilhamento deste amor assume as mais diversas manifestações, desde um simples “muito obrigado” até às intermináveis horas ao lado de um leito. Em qualquer situação, será necessário lembrar que o amor tem o seu fluxo natural e direto da presença de Deus. Desta forma, o desafio de amar sempre se torna possível. Cada membro da família encontrando a fonte do amor no seu relacionamento pessoal com Deus e abrindo-se para dar e doar-se em prol das necessidades do outro. Será sempre um desafio porque exigirá total rendição e dependência, primeiro recebendo para depois repartir.

 

Pr. Petrônio Borges

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