E-EDUCAÇÃO B-BÍBLICA D-DINÂMICA

E-EDUCAÇÃO B-BÍBLICA D-DINÂMICA

“EBD” também pode significar Educação Bíblica Dinâmica. E-Educação pelo objetivo da formação integral do ser. B-Bíblica pela centralidade da Palavra de Deus como fonte da Verdade. D-Dinâmica pela flexibilidade na metodologia, pela valorização da educação básica e pela ênfase na ação evangelizadora. Pensada desta forma, a Escola Bíblica Dominical terá o seu valor histórico resgatado e mostrará sua relevância na atualidade.

A Escola Bíblica Dominical nasceu na Inglaterra na segunda metade do Século XVIII como alternativa para educar crianças e adolescentes em situação de risco social, ameaçados por uma conjuntura de desemprego e violência em plena Revolução Industrial. Surgiu com a visão bíblica da responsabilidade social da igreja num contexto de exclusão. Desde seu nascedouro priorizou a atenção à infância. Hoje, a EBD deve continuar valorizando as crianças. Providenciando espaço físico e material didático, capacitando professores com vocação específica, envolvendo os pais no departamento e integrando o trabalho com crianças à vida da igreja.

Outra característica da EBD que possibilita uma Educação Bíblica Dinâmica é a ênfase na ação evangelizadora. As Escolas Dominicais estão na gênese dos Estados Unidos da América, onde sempre tiveram importância fundamental na vida da Igreja. Devido ao grande número de cristãos nominais vinculados à Igreja através das famílias, exerceu uma tarefa evangelística indispensável. Embora já tivesse perdido seu enfoque social, nos EUA a EBD adquiriu uma dinâmica integradora de novos crentes.

No Brasil, a chegada da EBD está associada à presença dos primeiros missionários protestantes no tempo em que prevalecia a catequese católica. Ao passo que as igrejas evangélicas se multiplicavam, as Escolas Bíblicas alcançavam um número cada vez maior de brasileiros. Para que continue desenvolvendo seu caráter missionário, nossa Escola Bíblica deve ser um “celeiro de dons”, espaço para descoberta e despertamento de dons e ministérios. Os alunos serão cristãos motivados e capacitados para servir e alcançar pessoas com o poder do Evangelho.

Quando pensamos em dinamicidade para a EBD, estamos olhando na direção de resgatar o seu valor histórico, como Lécio Dornas propõe em seu livro “Nova EBD, a EBD de Sempre”, livro publicado pela JUERP. Ele apresenta a proposta de um silogismo ou diálogo entre a EBD tradicional e os novos métodos que podem ser adotados pela Igreja e aplicados ao seu crescimento. Um exemplo disso pode ser a integração entre a EBD e os pequenos grupos.

O foco dessa mudança deve ser uma educação que transcenda a mera transmissão de informações. Para Lourenço Stélio Rega, coordenador do PDER – Plano Diretor de Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira, “Educar não é somente informar, mas também formar e transformar”. Para que esse objetivo seja alcançado, os professores deverão ter flexibilidade no uso de métodos e técnicas que facilitem o aprendizado. O ensino deverá ser planejado levando em conta a participação direta e indireta dos alunos. Por fim, a avaliação do processo deverá ir além de conteúdos assimilados, alcançando também as habilidades e atitudes próprias de um cristão.

A Educação Bíblica Dinâmica aplicada à EBD tem como ponto de partida o potencial desta Escola que tem a Bíblia como livro texto, espaço para incluir toda a família, matrículas abertas durante todo o ano e ensino gratuito. Contudo, este potencial pode ser limitado pelo saudosismo de quem queira reproduzir uma EBD anacrônica. Precisamos reconhecer que a EBD foi construída historicamente ao longo de séculos e em continentes diferentes. Hoje a proposta de educação para a EBD deve ser marcada pela dinâmica: dinâmica geracional, alcançando todas as gerações; dinâmica metodológica, com flexibilidade de métodos e recursos; e dinâmica evangelizadora, alcançando não apenas quem conhece e aprendeu a amar a EBD, mas também aqueles que a descobriram em pleno Século XXI.

 

Pr. Petrônio Borges

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