A ATUALIDADE DA REFORMA PROTESTANTE

A ATUALIDADE DA REFORMA PROTESTANTE

 

            Grande parte da humanidade reconhece que estamos vivendo num tempo de crises, uma época marcada por grandes incertezas, pela relativização das culturas em um mundo globalizado, pela inversão de valores sociais. Testemunhamos de uma crise jamais vista em matéria de fé, o que tem levado a humanidade a buscar novos meios para chegar-se a Deus e ser tocado pelo sagrado. Esse quadro de incertezas e questionamentos acerca da fé foi vivido também no século XVI e culminou com a Reforma Protestante provocando inúmeras transformações no ocidente.

Analisando apenas o âmbito teológico, entendemos que a Reforma Protestante é antecedida pela ação profética de cristãos sinceros como Jonh Huss, Ulrich Zuínglio, Jonh Knox e Thomas Müntzer. Estes homens experimentaram angústias e insatisfações ao verem a igreja cristã comprometida prioritariamente com interesses políticos e econômicos, abandonando a centralidade das Escrituras Sagradas, reverenciando imagens feitas por mãos humanas, comercializando a vida eterna, valorizando mais as obras do que a fé em Jesus Cristo e sendo tolerante com o baixo padrão moral dos seus sacerdotes.

Os reformadores tiveram de optar entre viver comodamente esse cristianismo “barato” ou arriscar suas vidas, levantando opositores e sofrendo pelo genuíno Evangelho de Cristo. Outros tantos lhes acompanharam, a exemplo de Martinho Lutero, João Calvino, Menno Simons, John Smith, Thomas Helwys e João Wesley, os quais insistiram na necessidade do homem experimentar uma mudança que começa no interior até atingir toda a cristandade. Essa conjuntura é denominada Reforma Protestante, marcada pela publicação das 95 teses elaboradas pelo monge Martinho Lutero, em 31 de outubro de 1517, na Alemanha, as quais enfatizavam a autoridade das Escrituras Sagradas, a salvação concedida unicamente pela Graça de Deus e a justificação para aqueles que depositam fé em Jesus Cristo.

Somos herdeiros desse período importante da história do Cristianismo, todavia só é digno de considerar-se protestante quem “entender a reforma não como um acontecimento encerrado a ser festejado, mas como algo que tem que acontecer sempre” (Martin N. Dreher), principalmente neste momento de crise generalizada, nesta época denominada pós-modernidade.

Ao comemorarmos a origem e a continuidade da Reforma Protestante, lembremo-nos das grandes verdades bíblicas recuperadas por este santo levante de cristãos genuínos e sejamos, pois, os reformadores do nosso tempo. Afinal, os nossos irmãos do passado sonharam com uma Igreja santa, testemunhante e fiel a Cristo em todas as épocas, para a qual elegeram o lema “Ecclesia reformata et semper reformanda est”, ou seja, “Igreja reformada sempre se reformando”.

 

 

Pr. Tarcísio Farias Guimarães

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