COSTA RANGEL, O DIÁCONO

Personagem muito presente na escrita da história de Divinópolis, Antonio da Costa Rangel tem sido lembrado, muitas vezes, por seu trabalho de chefia na EFOM (Estrada de Ferro Oeste de Minas). É preciso lembrar também do serviço cristão desempenhado por ele na primeira igreja evangélica da cidade, a Primeira Igreja Batista. Costa Rangel foi eleito 1º Tesoureiro na Assembleia de Organização da Igreja em 1919 e, posteriormente, foi eleito 1º Diácono da Igreja. Muitos divinopolitanos ainda precisam saber que o nome dado a uma rua do bairro Esplanada e ao conhecido Edifício Costa Rangel, construído no terreno ocupado inicialmente pelo Templo Batista, são homenagens prestadas a este valioso irmão. O Edifício localizado na esquina da Rua São Paulo com Antonio Olímpio de Morais teve sua construção iniciada em 1986 pela Construtora Indaiá, que o projetou para ser o mais moderno e imponente Edifício comercial da cidade, com 21 andares. No site do Edifício encontra-se o seguinte registro: “O terreno até então da Igreja, fora permutado por 2 pavimentos de sala, além do edifício receber o nome do fundador da igreja em Divinópolis”. Ainda hoje, nossa Igreja possui uma sala comercial no Edifício.

Pr. Henrique Edwin Cockell, primeiro Presidente da Igreja Batista de Divinópolis, escreveu acerca da chegada do irmão Costa Rangel em Divinópolis: “No dia 31 de dezembro de 1916 é transferido de Ribeirão Vermelho para esta, lá ele exercia o cargo de Chefe de Depósito, nosso irmão Antonio da Costa Rangel, membro da 1ª Igreja do Rio de Janeiro”. Pr. Cockell viria a ser sogro do Dc. Costa Rangel, que ficou viúvo e casou-se com a jovem filha viúva do Pr. Cockell, a irmã Winniefred Cockell, membro fundadora da Igreja Batista de Divinópolis.

No Livro “Ata nº 1: Os Batistas de Divinópolis rumo ao centenário”, nosso irmão Elizeu Ferreira destaca a ação diaconal de Costa Rangel: “Os batistas sempre se preocuparam com a área social, não só entre seus membros, mas também entre os mais necessitados de nossa cidade. Foram criadas, pela Igreja, duas Caixas de Socorro, nome dado à Caixa de Beneficência, com as seguintes atribuições: uma socorria os membros mais necessitados e a outra socorria os não crentes que viessem dela precisar, sem que fosse feita nenhuma exigência”. Auxiliado pelo irmão Eleázaro Ferreira Filho, que viria a ser consagrado Diácono algum tempo após a organização da Igreja, Costa Rangel servia a mesa dos mais necessitados de auxílio material. Fontes documentais apontam que o Dc. Eleázaro exerceu o ministério ao lado de Costa Rangel até a década de 50.

Após aposentar-se do trabalho na Ferrovia, o Dc. Costa Rangel mudou-se para Campos de São Gotardo, zona rural da cidade de São Gotardo (MG), onde administrou o Orfanato Batista e apoiou a Igreja Batista local, auxiliando os crentes e os missionários que atuavam na região. Fontes orais sustentam a disposição permanente do Dc. Costa Rangel para servir crentes e pastores enquanto estes se esforçavam para expandir o Reino de Deus em diversas localidades numa época de grande oposição à pregação evangélica no Brasil.

O Dc. Djalma Guimarães, que é genro do Dc. Costa Rangel por ter se casado com nossa saudosa irmã Cacilda Rangel (filha caçula de Costa Rangel), ao descrevê-lo, disse que queria destacar “algo de seu caráter nobre e altruísta e de sua conduta ilibada, do seu porte varonil, de sua fibra e de sua firmeza de atitudes. Homem sério, e sua palavra era sempre ‘sim, sim e não, não’, não tinha meio termo”. O irmão Elizeu, filho do Dc. Eleázaro, descreve Costa Rangel como “homem honesto e de bom coração”.

A influência de Antonio da Costa Rangel está presente em nossa Igreja, seja pelo testemunho de crente e diácono fiel, seja pela contribuição permanente dos seus descendentes. Nossa 1ª vice-presidente, a Dca. Alda Adília, é neta dele. Costa Rangel, o diácono, deve ser lembrado com justo reconhecimento da Igreja e alegre gratidão ao Senhor que provê líderes para sua Obra. Ele faleceu em 1963, aos 94 anos de idade, mas sua vida e obra permanecem vivas para a glória de Deus.

Pr. Tarcísio Guimarães