DÁ CERTO OU É CERTO?
A Igreja de Cristo deve ser conduzida pelo ensino de Cristo revelado nas Escrituras Sagradas. O Espírito de Cristo habita todos os crentes, guiando-os em toda a verdade (JOÃO 16:13), fazendo-os compreenderem com profundidade a verdade do Senhor apresentada ao seu povo. A Igreja deve tomar decisões que concordam com a Palavra de Deus, evitando submeter-se ao pragmatismo dos nossos dias.
O conceito de sucesso adotado pela maior parte das pessoas que conhecemos não é aprovado por Deus. Normalmente, aquilo que alcança aprovação popular é visto como correto. Os empreendimentos religiosos que se mostram viáveis financeiramente ou atraem multidões também são aprovados por muita gente que, indiferente aos conselhos da Palavra de Deus, quer aquilo que todo mundo quer. Se o sucesso pode vir instantaneamente e os problemas podem ser resolvidos, ainda que por meios morais e espirituais questionáveis, muitos entendem que isso é bom. Acreditam que aquilo que dá certo, sem dúvida, é certo!
Para Jesus, nosso Mestre e Senhor, aquilo que dá certo nem sempre é certo. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha” (MATEUS 7:21-25).
Dá certo atrair multidões às reuniões religiosas com promessas de cura, prosperidade financeira e ascensão social imediata? Para quem desconhece o caráter santo do nosso Deus, atrair multidões e consolidar impérios religiosos justifica a propaganda enganosa de certos grupos. Assim também, utilizar-se do nome santo do Senhor para propagar ideias pessoais, dá certo para quem quer imprimir um rosto cristão às suas doutrinas. Todavia, não é certo afirmar-se como cristão e rebelar-se contra a doutrina de Cristo exposta na Bíblia Sagrada. No Brasil, país de maioria autodeclarada cristã, quase todo mundo se identifica como cristão para quebrar resistências e atrair seguidores.
Muitos métodos e conselhos dos ímpios têm sido apresentados à Igreja de Cristo para que os problemas da Igreja sejam resolvidos. Isso é certo? Transtornar o culto ao Senhor com práticas próprias dos programas de auditório é certo? Pregar a mensagem antropocêntrica da autoajuda, exigir contribuição financeira daqueles que visitam as reuniões religiosas e cantar músicas preparadas para embalar o corpo são práticas aprovadas pelo Senhor da Igreja? Creio que, ainda que tudo isso pareça dar certo do ponto vista humano, não é certo do ponto de vista divino.
Não devemos nos acostumar com a existência de Igrejas cheias de gente vazia. Gente liderada por líderes pragmáticos, escravos dos números e indiferentes aos resultados do péssimo testemunho deixado na sociedade. A mensagem de Cristo é a exposição da verdade, ainda que esta não seja a verdade escolhida pelas pessoas que nos cercam. Nos dias do ministério terreno de Jesus, o cenário era semelhante ao nosso. Jesus se guiava por aquilo que é certo e não por aquilo que, apenas, dá certo: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com Ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?” (JOÃO 6:66,67)
Pr. Tarcísio F. Guimarães