SEXUALIDADE SAUDÁVEL

SEXUALIDADE SAUDÁVEL

 

Mais uma polêmica tem ocupado o debate nas redes sociais: a campanha lançada pelo Governo Federal para combater a elevada incidência de gravidez precoce, denominada “Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois”, divide opiniões, quase sempre em torno de “torcidas” políticas. Fujo do debate irracional capitaneado por apaixonados políticos e posiciono-me ao lado daquilo que entendo guardar grande coerência com os postulados da ciência e os reclames do Evangelho.

Num país que prepara-se para realizar a promíscua festa do Carnaval e que viu os novos casos de AIDS crescerem 21% entre 2010 e 2018, enquanto no mundo ocorreu o inverso, julgo acertada e necessária a decisão das autoridades federais. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil convive com a incidência de 68,4 nascimentos para cada 1.000 adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos, taxa que supera as médias latino-americana e mundial. O drama das mães solteiras, quase sempre sem formação acadêmica e profissional concluídas, e dos filhos que não têm a oportunidade de crescer desfrutando da companhia de pai e mãe, é também consequência da sexualidade vivenciada precocemente.

O argumento de que tal campanha diminui o poder do adolescente sobre seu corpo e o priva do prazer sexual, é uma falácia. A adolescência é tempo de conhecimento do corpo em transformação. A inauguração precoce da vida sexual traz consigo frustração, remorso, medo, risco de se contrair doenças de difícil ou inexistente tratamento, e a gravidez precoce. Nenhum adolescente correrá riscos de desajustes físicos e psíquicos por abster-se de relações sexuais nessa fase da vida.

Famílias saudáveis ensinam seus filhos a resistirem aos “prazeres” nocivos. Combatemos a vida sedentária, o consumo de alimentos industrializados, o uso de bebidas alcoólicas e drogas, considerando que o adolescente precisa ser alertado para as tristes consequências que acompanham tais experiências. Esperamos que nossos filhos se abstenham de tudo aquilo que pode prejudicá-los e não consideramos que os nossos conselhos lhes roubam a liberdade. Por que, ao tratarmos da sexualidade na adolescência, diminuímos a cobrança, como se fosse penoso o adiamento da vida sexual para a fase adulta?

Espero que o mais eficaz dos métodos contraceptivos, que é a vivência responsável da sexualidade, seja usado sem reservas pelos adolescentes do nosso país. Esse método, que conta com a aprovação de muitos profissionais da área da saúde, já vem com a garantia de sucesso dada pelas Escrituras: o amor “não se porta com indecência, não busca os seus interesses, (…) tudo espera. O amor nunca falha.” (I Coríntios 13:5,7,8).

Gravidez não combina com adolescência. Gravidez combina com sexualidade saudável, vivenciada num casamento entre um homem e uma mulher que se amam, se sustentam, são fiéis um ao outro e temem a Deus!

                                                                                                          

 Pr. Tarcísio F. Guimarães

 

 

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