O que conhecemos como “Grande Comissão”, também chamada de “Ide”, foi dirigida a todos na igreja local. A forma expandida desta declaração do Senhor, em Mateus 28,19-20, foi proferida no contexto da ascenção diante dos discípulos, representados pelos apóstolos: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28,19a).
No livro de Atos dos Apóstolos encontramos a descrição de como este comissionamento alcançou a todos os cristãos e impulsionou o nascimento de novas igrejas. Os primeiros discípulos foram constituídos em testemunhas (Atos 1,8). Uma vez dispersos pela perseguição, espalharam-se pelo mundo conhecido vindo a serem reconhecidos como “cristãos” (At 11,26).
O apóstolo Paulo se via diante desta tarefa evangelística com uma obrigação a ele imposta pelo Senhor (1 Coríntios 9,16). Era a responsabilidade de despenseiro ou o administrador do celeiro (1Co 4,10). A recompensa que ele poderia esperar era a de poder transmitir gratuitamente o evangelho que havia recebido. Sendo livre, fez-se escravo de todos para alcançar para Cristo o maior número possível de pessoas (1Co 9,17-19).
A evangelização pessoal não é uma questão de dom ou chamado específico para alguns cristãos. Evangelizar é uma questão de obediência! Esta responsabilidade não recai apenas sobre um suposto clero religioso, que nunca existiu nas igrejas do Novo Testamento.
A razão principal para obedecermos a este chamado geral é a própria autoridade do Senhor. O comissionamento de Jesus estaria vazio e sem autoridade sem o seu exemplo. Ele foi enviado para manifestar o verdadeiro amor e enviou os primeiros discípulos com a mesma missão: “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (João 17,18).
As pessoas que estão separadas de Deus em um mundo governado pela mentira carecem de libertação. Estão escravizadas por uma falsa autonomia, alimentada pela vaidade. Cada gesto ou palavra que continua a missão de Cristo será um sinal da esperança de conhecer verdadeiramente a Deus. Além disso, elas estão clamando pela esperança que nos move e não podemos reter esta graça.
Devemos nutrir, em oração e pelo estudo da Palavra de Deus, uma compreensão clara da urgência desta graça, cujo tempo ainda vigora. O banquete da salvação está posto (Lc 14,21b). Mas, o orgulho e a sedução deste mundo ainda escravizam mentes e corações. Rejeitam o convite sublime. Saindo pelas ruas ou navegando na internet devemos proclamar, por todos os meios, que há vida abundante em Cristo.
Esta obra é extensa e se prolongará até a Volta do Senhor. Por isso, Ele nos adverte sobre a necessidade de suplicar a Deus por mais vocacionados. Mas lembremos: esta não é uma vocação restrita a um ministério específico. Este chamamento engloba toda a igreja sob a responsabilidade da evangelização.
Muitos são salvos nesta colheita e o Senhor levanta novos trabalhadores. Devemos orar continuamente para que Deus convoque sempre mais. Enquanto isso, devemos nos apresentar como a própria resposta desta oração. A missão continua a mesma: ir a Jesus, mas também ir aos que precisam de Jesus. A obediência a essa missão pode começar hoje, em nossa própria casa.
Pr. Petronio Borges Jr.
Pastor-auxiliar de Formação Cristã
Primeira Igreja Batista em Divinópolis-MG