Governantes gastam milhões de reais dos contribuintes com a infraestrutura do Carnaval. A Polícia precisa providenciar novas celas para guardar as dezenas de pessoas que serão presas no circuito carnavalesco. As Secretarias de Saúde entram em estado de alerta diante do risco de proliferação das doenças infectocontagiosas e de outras decorrentes de acidentes. Nas rodovias montam-se operações especiais para tentar impedir o tráfico das drogas que abastecerão as ruas nos dias de Carnaval. Os “bafômetros” estão preparados para a constatação de muitos casos de embriaguez ao volante.
Quem lucra com a realização do Carnaval? Certamente não é o catador de latinhas acompanhante da massa eufórica, que vai tão somente continuar sua “via crucis” de miséria, subemprego e insegurança social. Não creio que o lucro fique com os barraqueiros, que perderão horas com bêbados indesejáveis em seus estabelecimentos. As prostitutas perderão mais um pouco de dignidade. Alguns pais perderão seus filhos para a violência inflamada pelos sons do Carnaval. Alguns filhos perderão a inocência roubada pela sexualidade desregrada, tão celebrada nas letras do Carnaval. Outras pessoas perderão o controle com os gastos impostos ao folião, e ainda outros perderão completamente o temor a Deus ao vestirem a fantasia que esconde o rosto e faz surgir um ser sem regras a cumprir. Até mesmo a feitiçaria e a idolatria serão festejadas como manifestações naturais da cultura popular.
Se há quem consegue lucrar com o Carnaval, não é o nosso povo. Lucra com o Carnaval a Indústria do Entretenimento e sua tentativa de provar que viver é satisfazer sempre o prazer particular, de modo imediato e inconsequente. Lucra a grande indústria do vício, patrocinadora oficial do Carnaval, festa que turbina a venda de bebidas alcoólicas e entorpecentes. Lucra a grande mídia pornográfica, que vive de toda sorte de apelação à sexualidade. Lucram as empresas responsáveis pela profissionalização do Carnaval, a exemplo de gravadoras e agências de publicidade. Ou seja, ganha dinheiro quem já tem muito dinheiro, a despeito de toda criminalidade, imoralidade e irracionalidade que vão atrás do trio elétrico.
Ao contrário daquilo que é divulgado abertamente, o Carnaval não é a festa do povo, feita de alegria e descontração. O Carnaval é, antes de tudo, a festa que separa ricos e pobres ao longo das cordas de blocos elitizados e nas cadeiras do sambódromo. Longe de ser um divulgador da nossa cultura, é um meio para se empobrecer a tão deficiente formação educacional do nosso povo, com letras de músicas mal escritas e exaltação de artistas anti-intelectuais. É a festa do pecado, inadequada àquele que já foi regenerado por Cristo, diante da qual devemos manter firme reprovação e atitude de oração em prol dos que caminham embalados em seus acordes infernais.
Nestes dias de grande tristeza, perguntemos a quem nos cerca sobre o lucro do Carnaval e apresentemos o verdadeiro ganho nesta vida, que é conhecer Cristo e servi-lo com alegria. Sejamos “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (FILIPENSES 2:15).
Pr. Tarcísio Farias Guimarães