A cena é conhecida: pescadores, após uma noite sem sucesso, lançam suas redes ao mar, movidos pela esperança de um amanhecer mais generoso. No entanto, a frustração permanece, até que uma voz familiar surge da praia, orientando-os a lançar a rede ao lado direito do barco. O resultado é surpreendente: uma pesca tão abundante que a rede mal consegue suportar o peso dos peixes.
Este episódio, narrado em João 21.1-11, vai além de uma simples história de um milagre de pesca. Ele nos convida a refletir sobre o chamado de Deus, a importância da obediência e a constante presença de Jesus, mesmo quando nos encontramos cercados pela escuridão da dúvida e da frustração.
A frase de Pedro, “Vou pescar”, revela uma tentativa frustrante de retornar ao passado, ao conforto das rotinas, após o impacto da crucificação e ressurreição. É o grito de quem, diante da incerteza, busca recuperar o equilíbrio e a segurança de um trabalho que sempre lhe proporcionou sustento.
Entretanto, a intervenção de Jesus mostra que o chamado original, aquele que os retirou das redes e os transformou em “pescadores de homens”, permanece. A pesca maravilhosa não é apenas um milagre, mas um lembrete de que a verdadeira abundância está na obediência ao propósito divino.
A rede cheia de peixes simboliza a plenitude que encontramos quando nos entregamos à vontade de Deus. Não se trata apenas de resultados materiais, mas da realização de um propósito maior: a alegria de participar da obra do Reino.
A lição de João 21.1-11 continua ressoando em nossos dias, desafiando-nos a refletir sobre nossas próprias redes — aquelas que lançamos em busca de segurança, conforto e satisfação. Que tipo de pesca estamos realizando? Quais são os “peixes” que desejamos pescar?
Talvez, em meio à correria da vida moderna, tenhamos perdido de vista o chamado original, aquele que nos convida a lançar as redes em águas mais profundas, a buscar os cardumes dos 153 grandes peixes que clamam por alguém que os pesque.
Que possamos ouvir a voz de Jesus, ecoando em nossas margens, e encontrar coragem para obedecer, lançando nossas redes à direita do barco, confiantes de que nossas redes se encherão. (Extraído e adaptado)