“Não removas os limites antigos que fizeram teus pais.” (Provérbios 22.28)
Estamos vivendo tempos diferentes e desafiadores. A pós-modernidade tem trazido inúmeros desafios à fé cristã e dentre eles, talvez, o maior de todos: o de sobreviver. Aliás, essa sempre foi a realidade do povo de Deus ao longo da histórias; sobreviver a sistemas políticos hostis, culturas contrárias à verdade, ideologias sedutoras e modismos passageiros.
Não tenho nada contra o novo. A bem da verdade, o cristianismo sempre dialogou com os novos tempos. Mas há um ponto inegociável: não podemos abraçar o novo em detrimento do antigo. Precisamos manter os olhos atentos ao presente, mas é imprescindível manter nossas raízes no passado onde as bases de nossa fé estão estabelecidas. Os pilares do cristianismo são imutáveis e inabaláveis. O que sustentou a Igreja em meio às perseguições, crises e tempestades ao longo dos séculos foi justamente a firmeza desses limites antigos nos quais jazeram homens e mulheres de valor.
O que me preocupa, no entanto, é o número crescente de “inovações” que têm sido anexadas à fé cristã. Multiplicam-se aqui e ali teologias para todos os gostos, apresentadas como uma nova roupagem para um cristianismo que, pouco a pouco, vai perdendo sua identidade. O antigo, que sustentou a igreja nos seus piores momentos, tem sido relegado a páginas amareladas de livros esquecidos em prateleiras empoeiradas.
A triste realidade é que em muitos lugares, a fé genuína tem sido substituída por uma fé artificial, forjada nas oficinas do coração humano. A fé nutrida por joelhos calejados agora cede espaço a um cristianismo superficial, de consumo rápido, porém, sem poder real de transformação.
Cultos cristocêntricos, liturgias centradas na palavra e vida devocional sólida têm se tornado cada vez mais raros. No “restaurante da fé” de nossos dias, o cardápio é um sanduíche de pragmatismo e antropocentrismo, preparado para apetecer uma comunidade gospel faminta apenas pelo hoje, mas indiferente ao ontem.
Graças a Deus ainda vivem muitos dos guardiões dos limites antigos. Pessoas cujas vidas não se desligaram da história. Igrejas cujo fundamento permanece inalterado, abalado talvez pelos tremores sísmicos do inovacionismo, porém, não derrubado, firmado na rocha eterna que é o próprio Cristo. Homens e mulheres que ainda erguem a bandeira da fé bíblica, que não negociam a verdade e que não a adaptam à conveniência cultural, mas permanecem fiéis à Palavra de Deus. Estes são como marcos que apontam o caminho, lembrando-nos que, embora o mundo mude, a verdade permanece a mesma, porque Ele, o Senhor da verdade, não muda.
Convido vocês a permanecermos firmes nos limites antigos que nossos pais estabeleceram, pois somente assim não seremos levados pelos ventos deste tempo, mas continuaremos enraizados na verdade eterna.
Que o Senhor nos abençoe!
Pr. Alex Oliveira – vosso servo!