DIACONIA

 O livro de Atos dos Apóstolos nos apresenta a saga de uma igreja que não parava de crescer, mesmo em meio a muitas dificuldades. Perseguições, prisões e até mortes não impediram o avanço do evangelho. Pelo contrário, a oposição parecia fortalecer ainda mais a determinação da primeira comunidade de fé cristã da história. Mas o crescimento numérico trouxe também desafios internos, como o apresentado em Atos 6.1-7. Ali surgiu um problema na distribuição diária de alimentos às viúvas, especialmente as de origem helenista, que se sentiam negligenciadas. Uma das características da igreja primitiva era seu intenso trabalho social, que buscava suprir as necessidades dos menos favorecidos. Era uma questão delicada, pois se tratava de pessoas vulneráveis que dependiam da solidariedade da igreja.

Os apóstolos, sensíveis à situação, convocaram toda a comunidade para encontrar uma solução. Reconheciam a importância da assistência às viúvas, mas também sabiam que sua prioridade era a oração e o ministério da Palavra. Assim, propuseram que fossem escolhidos sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para assumir aquela tarefa. A proposta agradou à igreja, que elegeu homens comprometidos, entre eles Estêvão e Filipe. Curiosamente, todos os nomes escolhidos eram gregos, o que revela a maturidade da comunidade em lidar com as queixas dos helenistas — judeus de língua grega. A imposição de mãos, feita pelos apóstolos, simbolizou a confirmação do chamado e da autoridade para este importante serviço.

O resultado foi imediato: o problema foi solucionado, a igreja voltou a experimentar unidade e a Palavra de Deus continuou a crescer, alcançando até mesmo muitos sacerdotes judeus. Essa experiência mostra como a liderança compartilhada e o serviço dedicado são fundamentais para a saúde da igreja. O surgimento do diaconato não foi um detalhe administrativo, mas uma resposta prática e espiritual às necessidades da comunidade. Desde então, os diáconos têm sido chamados a ser pontes, irmãos levantados por Deus para cuidar de pessoas, resolver problemas e promover a paz na igreja.

O ensino permanece atual. Quando pastores e diáconos desempenham bem suas funções, a igreja experimenta equilíbrio: os ministros se dedicando à Palavra e à oração, e os diáconos atuando no serviço e no cuidado. Isso contribui para uma comunidade viva, harmônica e com crescimento bíblico e saudável. O diaconato, portanto, não é apenas uma função eletiva, mas um chamado para servir com humildade e dedicação. O exemplo da igreja primitiva nos inspira a valorizar esse ministério e a enxergar nele uma expressão concreta do amor de Cristo, o maior de todos os diáconos, que veio não para ser servido, mas para servir.

Que Deus abençoe o corpo diaconal da igreja!

Pr. Alex Oliveira – vosso servo!