A FALSA FÉ

O episódio de Simão, o mágico de Samaria, narrado em Atos 8.9-25, é um daqueles alertas contundentes sobre os perigos da falsa fé, aquela que se expressa com os lábios, mas não brota de um coração genuinamente transformado. Simão era um homem que fascinava o povo com suas artes mágicas, chegando ao ponto de ser considerado por muitos como alguém dotado de um extraordinário poder divino. No entanto, ao ouvir a pregação evangélica de Filipe e ver os sinais que este realizava, ele se “converte” e é batizado. Algo que deveria ser digno de nota logo se revelará totalmente superficial.

O problema de Simão não era falta de crença nos milagres, mas uma compreensão distorcida do que o verdadeiro evangelho propõe. Ele via o poder de Deus como algo manipulável, uma ferramenta para manter seu status e influência. Quando oferece dinheiro aos apóstolos para adquirir o dom do Espírito Santo, sua intenção é exposta: ele não estava buscando a glória de Deus, mas o prestígio pessoal. Pedro o repreende severamente, dizendo que seu coração não era reto diante de Deus e que ele estava preso na “amargura e na iniquidade”.

Textos assim nos ensinam que a fé verdadeira não se compra, não é fingida e não se reduz a uma mera adesão externa. A falsa fé pode até ter um aspecto de algo real, faz frequentar cultos e até passar pelas águas do batismo, mas ela não resiste a um escrutínio sério e veemente das escrituras. A fé genuína, por sua vez, nasce do arrependimento, é moldada pela graça e tem como fruto uma vida realmente transformada.

Simão é o retrato daqueles que se aproximam de Deus por puro interesse, não por consciência de seu estado pecaminoso. Sua história nos convida a examinar nossos corações: buscamos a Deus por quem Ele é ou por aquilo que Ele pode nos dar? A falsa fé é perigosa porque engana o próprio indivíduo, dando-lhe uma falsa segurança espiritual, levando-o ao engano e mantendo-o longe da verdade. Mas Deus não se deixa escarnecer. Ele vê o coração.

Que o exemplo de Simão nos leve à introspecção e ao clamor por uma fé viva e autêntica, que não se baseia em aparências, mas em uma entrega sincera ao senhorio de nosso Senhor Jesus Cristo. Só esse tipo de fé salva,

Pr. Alex Oliveira – vosso servo!