O mundo jazia em trevas. A expectativa pela chegada do Messias tomava conta dos corações. A opressão de um governo tirano, a exploração de um déspota que nem judeu era, somado às incertezas religiosas daquele tempo, preparavam o ambiente propício para a chegada daquele que inauguraria um novo capítulo na história da humanidade.
Do outro lado do mundo, um grupo de homens observava o céu. Entre as estrelas, viram uma diferente de todas as outras. Conhecedores das Escrituras, entenderam: o tempo havia chegado. O Messias nasceria. Mas onde? Partiram para Jerusalém em busca de respostas, e ali descobriram que o recém-nascido nasceria em Belém. Depois de uma longa jornada, encontraram-no envolto em panos, deitado numa manjedoura. O Criador do universo, diante de quem anjos e milícias celestiais se prostram, repousava indefeso, vulnerável e tão… pequeno. O Eterno em um corpo frágil.
E então, presentes. Ouro, incenso e mirra — ofertas dignas da realeza. Mas onde estavam os guardas? Onde sua corte majestosa? Apenas Maria, José, o Menino e aqueles magos. Absortos numa atmosfera de adoração, eles se retiram. Emanuel descansa. A viagem será longa; o Egito o aguarda. Herodes está enfurecido. A morte se espalha. Raquel chora seus filhos, que já não existem.
Mas Emanuel está seguro. O plano divino avança. A semente da mulher florescerá. O mundo o conhecerá. Israel verá seu Rei. Por ora, deserto adentro. Emanuel precisa crescer. Nazaré será seu lar. Naquela vila desprezível, o Desejado de todas as nações aguarda em silêncio. O momento de se apresentar ainda não chegou — mas chegará.
Por isso, hoje, celebramos Àquele que pôs fim ao tempo de espera. A serpente se agita, sabe que seu fim se aproxima. Ainda assim, serpenteia por entre um mundo que não compreende que Emanuel não está nos shoppings iluminados por luzes coloridas, nem nas lojas superlotadas. Emanuel quer corações. Ele procura as manjedouras simples da alma humana.
Emanuel chegou quando o mundo mergulhava em trevas — um Rei sem trono, um Deus sem ostentação, repousando numa manjedoura enquanto anjos o adoravam. Na fragilidade de um Menino, a esperança despertava; protegido por seu Pai no meio do caos, Ele cresceria em silêncio até revelar ao mundo o Reino que não passaria.
Hoje, porém, muitos ainda buscam Emanuel nas luzes artificiais do comércio e nas tradições vazias. Mas Ele deseja apenas o espaço simples do coração humano. No Natal, o presente não é o que damos, mas o que recebemos: o Deus conosco, oferecendo-se inteiro, para transformar nossa espera em vida e nossa escuridão em luz.
Caminhe comigo pela epopeia de Emanuel nas Escrituras. Prepare o seu coração!
Pr. Alex Oliveira – vosso servo!