UMA BÊNÇÃO CHAMADA DÍZIMO
Falar sobre dízimo em nossos dias é entrar num território inóspito, especialmente no contexto da intensa ridicularização da fé cristã promovida pelo universo neopentecostal. Uns falam daquilo que não conhecem, decretando que devolução de dízimos ao Senhor é parte da Lei cerimonial judaica e, assim, desconsideram que o dízimo dedicado por Abraão ao Senhor é anterior à Lei (gênesis 14:18-20), foi validado por Jesus (MATEUS 23:23; LUCAS 11:42) e aceito com naturalidade pela Igreja primitiva (I CORÍNTIOS 16:1,2; HEBREUS 7:1-9). Outros dão vazão ao materialismo que domina seus corações e utilizam-se de um argumento teológico para justificarem seu descaso com a obra de Deus. E ainda há aquela pessoa que trata o dízimo como uma espécie de título de capitalização: dá agora para receber mais no futuro. Quantos cristãos têm esquecido que a oportunidade de ser dizimista é uma bênção dada por Deus aos seus filhos!
Aprendi a ser dizimista com minha mãe, a quem sempre vi entregar com alegria e voluntariedade seu dízimo no primeiro culto dominical de cada mês. Do salário de professora, ainda retirava determinado valor para ser destinado ao dízimo dos seus três filhos. Logo percebi a alegria da serva de Deus que podia com seu dízimo auxiliar a obra do Senhor e abençoar muitas vidas assistidas por sua Igreja. Vi também a gratidão de uma crente que sabia ser Deus o dono de todas as coisas, portanto, ofertar a décima parte dos bens era também lembrar dos outros 90% da renda que Deus, em sua graça, lhe confiou. Para minha mãe, dízimo sempre foi bênção. Nunca foi um dever, um imposto eclesiástico, um problema a ser encarado mensalmente. Eu e meus irmãos temos dificuldade para enxergar o dízimo como um problema. Ainda hoje, para nós, o dízimo é uma bênção.
O dízimo é uma oportunidade excelente que Deus nos dá para vencermos o amor ao dinheiro. Podemos patrocinar a obra da evangelização em toda a Terra, socorrer pessoas empobrecidas, oferecer assistência espiritual a quem está ferido, distribuir literatura cristã e receber muita gente em nossos espaços de ensino. Tudo isso, e muito mais, pode acontecer como consequência do oferecimento de uma pequena parte da renda concedida por Deus. Servir às pessoas no âmbito do Reino de Deus é romper com o serviço às riquezas.
O dízimo é parte do culto a Deus. Pela devolução ao Senhor da décima parte da renda, demonstramos que tudo está à disposição daquele a quem pertencemos, que nos comprou por alto preço na cruz. A gratidão por tudo que temos e o compromisso de fazer com que tudo isso sirva para glorificar ao Senhor, são convicções que acompanham o crente na entrega dos seus dízimos diante do Senhor. É uma bênção que fala de outras tantas bênçãos.
Há quem prefira dar seu dízimo aos bares, prostíbulos e jogos de azar. Muita gente dá mais que o seu dízimo para partidos políticos. Outros são fiéis dizimistas de toda espécie de futilidades. Mas, existe gente crente, cheia de amor pela causa do Evangelho e de gratidão a Deus, que é dizimista com alegria, e sente-se abençoada por poder vivenciar de forma voluntária este convite da Palavra de Deus.
Pr. Tarcísio F. Guimarães