A ALEGRIA VERDADEIRA OU “DESMASCARANDO O CARNAVAL”

A ALEGRIA VERDADEIRA OU “DESMASCARANDO O CARNAVAL”

 

Impossível pensar em Carnaval sem lembrar de máscaras e fantasias. Elas remontam à antiguidade e acompanham a maior festa popular do mundo desde o seu nascimento. No Egito Antigo acreditava-se que a colocação de uma máscara na face do morto ajudava na passagem para a “vida eterna”. Mesmo descaracterizado de suas origens religiosas, o Carnaval parece ter mantido a crença de que uma máscara possui algum poder mágico. Mas, no final da festa, pendurada em um canto qualquer e desacompanhada do volume ensurdecedor das músicas, da agitação das massas, do uso de drogas e de todo tipo de promiscuidade sexual, ela não será capaz de oferecer uma resposta a quem busca a verdadeira alegria.

Alegria pode ser definida como a qualidade ou estado de quem tem prazer de viver, de quem denota jovialidade; contentamento, satisfação (Aurélio). Já felicidade é referenciada como “estado de quem é feliz, ventura, bem-estar, contentamento, bom resultado, bom êxito” (Michaelis). Mas, para o cristão, que significam alegria e felicidade? Em MATEUS 5:3, iniciando o maior sermão de todos os tempos, Jesus usa a expressão “Bem-aventurados” (do grego, makarioi), relacionada com “Quão felizes” (do hebraico, asheré). Mas, a tradução desta palavra por “felizes”, no Português, afasta-se do sentido original limitando-a como um mero estado subjetivo. Jesus estava tratando de uma característica objetiva e não de como os discípulos se sentiriam e sim de uma qualidade espiritual alcançada a partir do relacionamento com Deus.

A alegria cristã é a alegria de Deus no cristão e do cristão em Deus. A vida cristã significa liberdade diante do poder e da culpa do pecado. O cristão pertence a Deus sendo habitado por Ele. O pastor batista norte-americano John Piper insiste que a alegria é parte fundamental da fé salvadora, pois está baseada na felicidade de Deus. “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle”, repete constantemente Piper. Esta afirmação retoma o pensamento de Agostinho, Bispo de Hipona em seu livro “Confissões”: “Tu nos fizeste para Ti mesmo, e nossos corações não acham paz, enquanto não descansam em Ti”.

A experiência da salvação é uma mudança na base da felicidade de uma pessoa. O cristão é alegre por ter sido transformado. Como lembra o apóstolo Paulo: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. (COLOSSENSES 1:13). O cristão é alegre por desfrutar de uma aliança com Deus: “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho (…) farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma” (JEREMIAS 32,38-41). O cristão é alegre por sua salvação. “Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (LUCAS 10:20).

Uma máscara pode até cobrir a palidez da morte, mas não é capaz de ressuscitar quem está morto espiritualmente. Mas, além de fugir do Carnaval e repudiar suas máscaras e fantasias, o cristão deve viver para a glória de Deus como a fonte da sua satisfação pessoal. Satisfeito em Deus, zelar por uma vida de ética e responsável. Satisfeito em Deus, demonstrar amor no cuidado com o próximo. Satisfeito em Deus, buscar conhece-lo através oração e estudo da sua Palavra.

 

Pr. Petrônio Borges

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