ARREPENDIMENTO
O lamento pelo erro cometido, seguido da renúncia ao ato praticado, é uma atitude genuinamente cristã. É sinal de chegada do reino de Deus. É parte importante do evangelho pregado pelo Senhor Jesus: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos, e crede no evangelho” (MARCOS 1:15).
Existe um arrependimento verdadeiro, fruto de temor a Deus, e existe um falso arrependimento, cheio de egoísmo e conveniência, também conhecido como remorso. O Pr. Daniel Lima diferencia arrependimento de remorso com as seguintes definições: “Remorso trata-se de uma tristeza profunda pelos efeitos de nossos atos, arrependimento é uma tristeza profunda pelos atos em si. Remorso é administrar consequências, arrependimento é abandonar um comportamento e estabelecer um novo modo de agir.”
Judas, aquele que traiu Jesus, é um exemplo tirado das Escrituras para ilustrar um coração cheio de remorso e vazio de arrependimento, distante de Deus e apegado a si mesmo na resolução dos problemas: “Então Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (MATEUS 27:3-5).
Os crentes de Corinto, diante da exortação do Apóstolo Paulo, demonstraram que estavam arrependidos dos erros cometidos contra Paulo e da tolerância aos pecados cometidos por membros da Igreja: “agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis” (II CORÍNTIOS 7:9).
O arrependimento verdadeiro é sinal de vivacidade espiritual, de uma vida que está unida a Cristo e divorciada do pecado. É uma disposição para o recomeço, quando pecamos e afetamos negativamente o relacionamento com Deus ou com o próximo. É evidência de um caráter alcançado por Cristo e que leva o pecador a decidir reparar aqueles que foram prejudicados por sua atitude pecaminosa.
Precisamos sempre rogar ao Senhor que nos ilumine pelo seu Espírito e nos dê um coração humilde, que lamente verdadeiramente o pecado cometido, a ponto de nos arrependermos da iniquidade. O descrente, ainda vivendo em amizade com o mundo perdido, frequentemente lamenta ter sido o seu erro tornado público e, cheio de remorso, admite que não fez a melhor escolha. Esta não é a melhor escolha a se fazer diante do pecado. É melhor confessá-lo e abandoná-lo, na certeza de que Deus nos perdoa e nos dá todas as condições necessárias para mudarmos o rumo do viver.
Pr. Tarcísio F. Guimarães