PREGAÇÃO E ACONSELHAMENTO: MINISTÉRIOS BÍBLICOS

A Reforma Evangélica do século XVI, herdeira da pregação de homens identificados como pré-reformadores, denunciou o desprezo à Bíblia Sagrada na doutrina e na prática da Igreja, bem como a ausência de pregação bíblica e cristocêntrica. Para a glória do Deus Eterno e para a edificação do Corpo de Cristo, os evangélicos recuperaram o lugar da Palavra de Deus na educação regular, na formação teológica, na ordem social, na constituição familiar, no púlpito e no aconselhamento dos crentes, também chamado de cura d’almas, bem como em outras esferas de ação da Igreja.
A pregação e o aconselhamento, se forem bíblicos, glorificarão a Deus e auxiliarão muitas pessoas que enfrentam problemas em seu interior. A abordagem pública (pregação) e a abordagem privada (aconselhamento) das necessidades da alma humana, continuarão sendo muito valiosas para a Igreja de Cristo se houver reconhecimento da suficiência das Escrituras em ambas, afinal a Bíblia é o livro suficiente que nos foi dado pelo Criador do homem, antes que qualquer teoria da Psicologia fosse esboçada.
A recomendação de Paulo a Timóteo reafirma a prioridade que deve ser dada à pregação bíblica enquanto o Reino de Deus é estabelecido: “prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II TIMÓTEO 4:2-4). A Palavra de Deus revela-se atual. Não existiu outra época da história em que a recomendação paulina tenha maior valor do que em nossos dias.
A Palavra de Deus é perfeita e útil para aconselhar qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Deve ser lida, explicada e aplicada na vida dos homens: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (II TIMÓTEO 3:16,17). É suficiente para o pregador e para o conselheiro o manancial de recursos que as Escrituras oferecem.
O pregador e o conselheiro precisam ser crentes genuínos, selados pelo Espírito Santo, a ponto de falarem com submissão à Palavra de Deus e com a evidência irrefutável do testemunho pessoal. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (ROMANOS 8:9).
Jesus, nosso modelo, é o Maravilhoso Conselheiro (ISAÍAS 9:6) que dá o seu Espírito para que Ele seja o Conselheiro permanente dos seus discípulos (JOÃO 16:7,13). Estes imitadores do Senhor Jesus Cristo são capacitados a aconselhar outros. O pregador e o conselheiro são apenas os auxiliares que o Espírito usa durante o aconselhamento bíblico (MATEUS 28:19,20). Nosso Deus, por meio da bendita Palavra, trabalha para que os homens vençam seu maior problema: o pecado (HEBREUS 12:1).
Pr. Tarcísio Guimarães