NAAMÃ E EU!

Quando lemos a história daquela menina que foi capturada pelo exército do rei da Síria quando este declarou guerra a Israel, nossos corações são levados a questionar o porquê de tanta brutalidade. Naqueles tempos, a insensibilidade e a crueldade ditavam as regras dos conflitos armados. A geopolítica dos dias do Antigo Testamento não respeitava idade, sexo ou condição social.

Assim, uma menina, possivelmente com seus doze, treze anos, é retirada do convívio familiar e levada a uma terra estrangeira, pagã e marcada pela violência. Não há dúvidas de que o medo, somado a um sentimento de vingança, facilmente encontraria abrigo em seu coração de adolescente, ainda tentando entender todo aquele ódio contra seu pobre povo. Mas o que se vê é justamente o contrário.

Na casa de seu algoz, em vez de presenciar risos e euforia pela vitória, o que se via era melancolia e incerteza quanto ao futuro. Afinal, seu raptor era leproso, e seus dias de vida estavam contados. Assim, dominada pela misericórdia, ela corajosamente fala à sua senhora sobre o profeta de Samaria. O final todos conhecem: Naamã procura Eliseu, que o cura de sua lepra, levando-o a conhecer o verdadeiro Deus de toda a terra.

Que exemplo de missionária foi aquela menina! Desprendida de todos os seus direitos, ela não pensa em si mesma. Qualquer um, em seu lugar, poderia ter se calado e torcido por um desfecho trágico; mas o que se vê é a maior demonstração de amor que alguém pode ter pelo outro.

Missões é isso: pensar no outro. O mundo está repleto de Naamãs que não conhecemos. Pessoas com as mais diferentes configurações emocionais, espirituais e físicas, dominadas pela lepra da espiritualidade vazia, sem expectativas, cegas em seus delitos e pecados, morrendo aos poucos, corroídas pela incerteza. Por isso, quando oramos, contribuímos e nos colocamos à disposição de Deus, somos usados como aquela menina foi.

Cada um de nós tem sua história, e o texto de 2 Reis 5 é apenas mais um entre tantos outros que nos mostram a misericórdia de Deus em ação. Mas pense comigo: um dia, eu e você fomos como Naamã. Os leprosos éramos nós, não na carne, mas na alma. A morte eterna era iminente, mas alguém se importou conosco. Alguém nos falou sobre o Deus de Israel.

O resultado? Cura, alívio, libertação, salvação. Um dia, fomos a missão de alguém. Por isso, estamos aqui hoje, cantando louvores àquele que nos salvou.

Que tal se fizermos o mesmo? Não sabemos o nome daquela menina; as informações acerca dela são escassas, mas sabemos que ela amou Naamã, a despeito de tudo o que ele lhe havia feito.

Amor; essa é a palavra de ordem para a obra missionária. Existem alguns Naamãs bem perto de você. Olhe para eles. Ore por eles. Fale com eles. Faça a história se repetir; afinal, Deus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente, amém!

 Que Ele nos abençoe!

Pr. Alex Oliveira – vosso servo!