Nossa História
Igreja centenária a serviço do Deus eterno
A história centenária da Primeira Igreja Batista em Divinópolis está conectada aos primeiros cristãos batistas que chegaram a Divinópolis atraídos pelas oportunidades de trabalho geradas pela Estrada de Ferro Oeste de Minas. Estas famílias, dirigidas pela vontade do Deus Eterno, chegaram à “Princesa do Oeste” em 1914, apenas 2 anos após a emancipação da cidade. Somaram seus trabalhos em prol da evangelização na nova cidade aos esforços empreendidos pela denominação Batista.
O escritor Elizeu Ferreira, em seu Livro “Ata nº 1: os Batistas de Divinópolis rumo ao centenário”, publicou a descrição do Pr. Henrique Edwin Cockell acerca dos primórdios batistas em Divinópolis:
“O trabalho Batista nesta Cidade de Divinópolis teve o seu começo da seguinte maneira: o irmão Lauro Carlos Ferreira, sendo convertido a Nosso Senhor Jesus Cristo, em Capela Nova de Betim, ali foi batizado no ribeirão, no dia 19 de agosto de 1914, pelo missionário Daniel F. Crosland. No dia 18 de setembro do mesmo ano mudou-se para Divinópolis, vindo trabalhar como ferreiro da pedreira do Pari, por conta da Empreiteira Sabóia. Em sua companhia vieram os irmãos Manoel Elesbão da Silva e Osório Ferreira, que ficaram trabalhando mesmo na vila. Aos sábados, depois do serviço se reuniam a fim de poderem
no domingo muito cedo prestarem culto ao Deus vivo, escolhendo para isso o campo debaixo de alguma árvore copada. Muitas foram as orações que se elevaram ao trono da Graça em favor da conversão das pobres almas neste lugar e o estabelecimento de um trabalho efetivo”
Em fevereiro de 1915, o irmão Lauro Carlos Ferreira foi visitado em Divinópolis pelo Seminarista Florentino Ferreira, que pregou o Evangelho na casa de um cristão presbiteriano, o Senhor Virgílio Braga. No dia 30 de dezembro de 1916, o Pr. Cockell também visitou Divinópolis, quando celebrou o casamento do irmão Lauro Carlos Ferreira com Senhorinha Conceição Maria de Jesus. Em 31 de dezembro do mesmo ano chegou a Divinópolis, para chefiar o Depósito da Ferrovia, o irmão Antonio da Costa Rangel, oriundo da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro.
O Pr. Cockell relatou o progresso do trabalho batista no ano de 1917 com as seguintes palavras:
“o irmão Crosland fez uma visita a esta localidade, em companhia do irmão Raymundo Gomes dos Santos, e juntamente com os irmãos aqui residentes, teve ocasião de realizar diversas pregações, organizar o trabalho como ponto de pregação, que ficou funcionando na casa do Sr. João Siqueira, alugada para esse fim, bem como tomar a profissão de fé da D. Conceição Maria Ferreira, esposa do irmão Lauro. Nesta ocasião já começavam mudar para cá os irmãos de diversas localidades, contando-se entre eles os irmãos João Batista de Moura e Senhora, vindos de Itaúna, e membros da Igreja em Belo Horizonte, João Eleázaro, Levindo Ferreira da Fonseca, José Celestino Ferreira, João Ferreira do Nascimento, Maria Cristina Ferreira de Sousa e Celestina Ferreira de Sousa, vindos de Juatuba. No dia 30 de setembro deste mesmo ano foi realizado pelo pastor Cockell o batismo da Conceição Maria Ferreira, no Rio Itapecerica, sendo o ato presenciado por muitas pessoas. Em fevereiro de 1918 visitaram a Congregação os irmãos O. P. Maddox e H. E. Cockell, quando fizeram uma excursão pelo campo. Ficou então marcado o dia 10 de fevereiro para a mudança do lugar dos cultos e uma mais ampla organização do trabalho. As visitas foram mais frequentes, da parte dos trabalhadores, e os cultos mais animados e regulares. No dia 15 de setembro deste mesmo ano de 1918, foram batizados no Rio Itapecerica os irmãos Cícero José Novaes e a sua esposa, D. Cândida Ferreira Novaes. Mais tarde ficou combinado tratar-se da construção de uma Casa de Cultos, Colégio etc., sendo, por isso, julgada necessária a mudança para cá de um dos trabalhadores, a fim de cuidar do trabalho. Depois de muita oração e combinações, ficou assentada a transferência do irmão Pastor H. E. Cockell, de Belo Horizonte, sendo isso realizado no dia dois de abril de 1919. Finalmente os membros da Congregação concordaram em se organizarem em Igreja, ficando marcado para isso o dia 27 de julho de 1919, quando seria também lançada a pedra fundamental da Casa de Cultos. Assim o irmão Lauro viu respondidas as suas orações e realizados os seus sonhos de outrora”.
Divinópolis contava apenas 7 anos de história quando testemunhou o início de uma outra bela história: a organização da Igreja Batista de Divinópolis, no dia 27 de Julho de 1919, resultante do trabalho de irmãos que aqui se instalaram nos anos anteriores e formaram a Congregação da Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte. Os 31 membros fundadores, oriundos das Igrejas de Belo Horizonte e Itaúna, escreveram as primeiras páginas da história da nossa Igreja. Foram usados por Deus para espalharem a semente do Evangelho nos corações daqueles que estavam à sua volta, num contexto de oposição do Catolicismo e de desconfiança por parte de muitos divinopolitanos que desconheciam a fé evangélica.
A primeira Diretoria da Igreja ficou assim composta: Presidente: Pr. Henrique Edwin Cockell; 1º Secretário: Herval Rangel; 2º Secretário: Levindo Ferreira da Fonseca; 1º Tesoureiro: Dc. Antônio da Costa Rangel; 2º Tesoureiro: João Baptista de Moura.
Os batistas dedicaram-se à construção de um belo Templo para abrigarem o crescente público em seus cultos, o qual foi inaugurado em 30 de abril de 1922, assim como projetaram um Edifício para instalação da Escola Bíblica Dominical e do Colégio Batista. Em amplo terreno, localizado na Avenida Independência (atual Avenida Antônio Olímpio de Morais), foi construída também uma Casa Pastoral. O terreno foi comprado por preço estipulado pela Câmara Municipal, conforme declarou o Presidente da Câmara à época, Pedro X. Gontijo:
“Em 1919 eu era presidente do Diretório Político de quase a totalidade do município. Procuraram-me os velhos amigos Antônio da Costa Rangel, Eleázaro Ferreira,e Levindo Ferreira, comunicando–me que iam fundar uma Igreja Batista em Divinópolis, solicitando a minha boa vontade. Respondi logo: ‘Eu ofereço gratuitamente o terreno para construção’, ao que replicaram: os Batistas não aceitam gratuitamente bens do erário público. E requereram e pagaram legalmente o terreno.”
À semelhança de Divinópolis, cidade pólo do Centro-Oeste Mineiro, a Igreja Batista de Divinópolis tornou-se um pólo evangelizador na região, enviando muitos vocacionados para os campos e alcançando muitas cidades. Abaeté, Araújos, Betim, Bias Fortes, Bom Despacho, Carmo do Cajuru, Cedro do Abaeté, Cláudio, Cristais, Dores do Indaiá, Formiga, Itaúna, Lagoa da Prata, Matias Barbosa, Nova Serrana, Passos, Perdigão, Pequi, Pitangui, Rio do Peixe, Santa Rosa da Serra, Santo Antonio do Monte, São Gotardo e Wenceslau Braz são as cidades registradas nos documentos que versam sobre a ação missionária da Igreja.
Enquanto trabalhava pela expansão em Divinópolis e em outras cidades, a Igreja enfrentava lutas próprias de um povo que busca ser fiel à mensagem do Evangelho. Além da constante oposição católica, em 1961 a Igreja sofreu os ataques do movimento chamado à época de “Renovação espiritual”. Sob a liderança do recém-empossado Pr. Ary Lopes, vários membros da Igreja foram influenciados por doutrinas e práticas estranhas à fé batista. A Igreja Batista de Divinópolis conheceu a triste realidade da divisão eclesiástica, todavia decidiu “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (JUDAS 1:3). Os crentes fiéis à sã doutrina bíblica organizaram-se como Congregação da Igreja Batista do Barro Preto, de Belo Horizonte, no dia 02 de outubro de 1961.
Reorganizados em Igreja no dia 03 de dezembro de 1961, solicitaram à Justiça a devolução do patrimônio construído pelos batistas ao grupo que permaneceu fiel aos compromissos firmados na organização da Igreja Batista em Divinópolis, pleito que foi atendido em definitivo pela Justiça em setembro de 1971. Nesta época, a Igreja reunia-se no Salão de Cultos construído na Rua Pernambuco (esquina com a Av. 21 de Abril), onde mantém sua sede até hoje.
Firmada nos mesmos princípios e fiel ao mesmo Senhor dos nossos irmãos pioneiros, a Igreja Batista de Divinópolis tem registrado nas páginas da história milhares de batismos, muitas Igrejas e Congregações organizadas, dezenas de vocacionados enviados aos campos missionários, Instituições educacionais que foram criadas e mantidas pela Igreja, projetos de auxílio a dependentes químicos, presidiários e menores infratores. O trabalho que frutificou impôs a necessidade de um Templo maior e uma estrutura moderna, por isso, foi demolida a antiga sede a partir de 05 de junho de 2001 e a nova sede da Igreja, ainda inacabada, passou a ser utilizada a partir de 01 de abril de 2005. No período de construção da sede atual, a Igreja reuniu-se no Edifício Costa Rangel, local onde foi
construído o primeiro templo batista de Divinópolis.
Os seguintes pastores presidiram a Primeira Igreja Batista em Divinópolis até aqui:
Pr. Henrique Edwin Cockell, de 1919 a 1926 e de 1941 a 1949;
Pr. Florentino Ferreira, de 1927 a 1938;
Pr. Willian Hafford Barry, interinamente, de 1939 a 1941;
Pr. José Alves da Silva Bittencourt, de 1950 a 1960 e, interinamente, de 1964 a 1967 e em 1972;
Pr. Ary Lopes, em 1961;
Pr. Rui Franco de Oliveira, interinamente, de 1962 a 1964;
Pr. Pedro Manoel de Oliveira, de 1967 a 1972;
Pr. Ader Alves de Assis, de 1972 a 1985;
Pr. Marcos Coelho Ramos, de 1985 a 1990;
Pr. Waltair Bragança, interinamente, de 1990 a 1991;
Pr. Evaldo Carlos dos Santos, de 1991 a 1999;
Pr. Nildo Cândido Rosa, de 1999 a 2008;
Pr. Arlécio Franco Costa, interinamente, de 2008 a 2009;
Pr. Tarcísio Farias Guimarães, de 2009 até 2023.
Pr. Petrônio Almeida Borges Jr., interinamente de abril de 2023 a agosto de 2023;
Pr. Alexsandro Oliveira, até os dias atuais.
Ao comemorarmos nosso primeiro centenário, somos uma Igreja composta por, aproximadamente, 800 membros que atuam na sede da Igreja e em sete congregações. Estamos reunidos em constantes celebrações ao Senhor e nas aulas da Escola Bíblica Dominical, mas também nos encontramos em Pequenos Grupos e nas atividades das Organizações Missionárias. Muitos Ministérios atuam no dia a dia da Igreja, realizando excelentes trabalhos, a exemplo de cursos promovidos pelo Centro de Educação Musical Batista, assistência psicológica e jurídica, evangelização de presidiários e uma grande quantidade de ações a cada semana com crianças, adolescentes, jovens, famílias e surdos.
Na sede, os seguintes Ministros atuam com dedicação de tempo integral: Pr. Tarcísio Farias Guimarães (Presidente), Pr. Petrônio Almeida Borges Júnior (Ministro de Formação Cristã / Congregação Batista da Liberdade, Divinópolis), M.M. Rogério Oliveira de Souza (Ministro de Música) e Sem. Igor Soares Evaristo (Ministro de Juventude). Nas Congregações, os seguintes Ministros atuam: Pr. Ailton Fialho da Silva (Congregação Batista no Halim Souki, Divinópolis), Pr. Antônio Francisco Corrêa Neto (Congregação Batista em Cláudio / MG), Ev. Charlin Rosa (Congregação Batista em Cristais / MG), Pr. Gilson da Silva (Congregação Batista no Vale do Sol, Divinópolis), Ev. Guilherme Godoy Fonseca (congregação Batista em Carmo do Cajuru / MG) e Ev. Silvério Gomes de Camargo (Congregação Batista em Abaeté / MG). Contamos ainda com a colaboração amorosa e competente de funcionários, diáconos e outros tantos líderes de Ministérios, Departamentos, Organizações e Comissões.
A Comissão do Centenário foi eleita com os seguintes nomes: Alda Adília Guimarães Pereira, Almir Fernandes de Carvalho, Elizeu Ferreira, Gisele Guimarães Pereira Ferreira, Leandro Fonseca de Andrade, Maria Dalva de Araújo Caldeira, Michelle Helena de Oliveira e Victor Rodrigo de Sousa Moreira. Milton Pena e Raíra Pena dos Santos Cardoso representam as Congregações.