Os batistas completam 150 anos de história no Brasil em 10 de Setembro de 2021. Nossas origens estão ligadas à expansão missionária e à emigração de batistas norte-americanos para o Estado de São Paulo. Já em 1860, um missionário batista foi enviado ao Rio de Janeiro, o Pr. Thomas Jefferson Bowen. O Pr. Bowen trabalhou na Nigéria, em solo africano, por isso, estabeleceu contato com pessoas de origem africana que trabalhavam no Porto do Rio de Janeiro e conheciam a língua iorubá. Perseguição religiosa e enfermidades, principalmente malária e cólera, dificultaram a permanência do missionário no Brasil, não tendo sido somado um período maior que oito meses. Uma década depois, em meio aos desdobramentos da Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, alguns cristãos batistas estabeleceram-se no Brasil com apoio do governo. Pouco a pouco, o Brasil retornou à agenda missionária da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos.
Escolas, Seminários, Orfanatos e tantas outras instituições foram criadas, mas o referencial de nossas origens é a organização da primeira igreja local, em Santa Bárbara do Oeste (SP), no dia 10 de setembro de 1871. Por força da teologia batista, que entende a origem e a expansão do Cristianismo a partir da igreja local, comemoramos a organização desta igreja de maioria norte-americana como o marco inicial dos batistas brasileiros, expressão utilizada pelo Pastor e Historiador Marcelo Santos. Betty Antunes de Oliveira intitula a sua Contribuição Para a História dos Primórdios do Trabalho Batista no Brasil de “Centelha em restolho seco”. A autora destacou a expressão utilizada pelo missionário Thomas Jefferson Bowen em seu diário: “Meus fracos esforços entre os milhões da África parecem como gota d’água na areia do deserto. Possa o Senhor convertê-los como uma centelha em restolho seco”.
Sob a liderança do Pr. Richard Ratcliff, foi organizada a Primeira Igreja Batista em 1871, em Santa Bárbara do Oeste, com 29 membros, segundo as fontes documentais disponíveis. Em 1878, o Pr. Ratcliff foi substituído pelo Pr. Elias Hoton Quillin, que liderou também o processo de organização da Segunda Igreja Batista, em 1879, na Estação, atual Americana (SP). O Pr. Quillin e seu colega, o Pr. Robert Porter Thomas, trabalharam em prol da consagração do primeiro brasileiro que tornou-se pastor batista, o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque. O Pr. Albuquerque seguiu para Salvador (BA) na companhia de dois casais missionários: William e Anne Bagby e, ainda, Zachary e Kate Taylor, e fundaram, com 5 membros, a Primeira Igreja Batista da Bahia, em 1882, a terceira em solo brasileiro. Seguiram-se a organização da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, em 1884, com 4 membros, a organização da Primeira Igreja Evangélica Batista de Maceió (AL), com 10 membros, em 1885, sob a liderança do Pr. Albuquerque, e a organização da Primeira Igreja Batista do Recife em 1886, com 6 membros.
Na comemoração do sesquicentenário batista brasileiro, rendemos graças ao Senhor que sustentou os pioneiros desta grande obra e que tem permitido ao povo batista continuar servindo na expansão do Reino a partir da nossa Pátria. A Primeira Igreja Batista em Divinópolis, organizada em 27 de Julho de 1919, é herdeira e construtora da história batista brasileira.
Pr. Tarcísio F. Guimarães