ALÉM DA APARÊNCIA

Em busca do nosso novo pastor, não devemos nos limitar à mera aparência. A profundidade, na vida com Deus, na família e na doutrina, deve ser priorizada. A pressão do relógio, que não para, ou de atividades que demandam uma equipe pastoral recomposta em seus quadros, podem disputar a nossa atenção no momento delicado de uma escolha tão importante.

 Um exemplo notável de critério para essa escolha, que muito poderá nos ajudar neste tempo de sucessão pastoral, encontra-se na história de Davi. O texto de 1 Samuel 16:7 revela que a aparência contrasta com o coração, sinônimo de profundidade espiritual: “​Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração”.

Deus enviou Samuel a Belém para ungir um novo rei de Israel. O profeta passou por vários filhos de Jessé, mas Deus escolheu Davi, que estava cuidando das ovelhas do pai. Deus olha para o coração das pessoas, não para o exterior. Ele valoriza a sinceridade e a fidelidade interior. Por isso, surpreendeu a todos escolhendo “um Davi além da lista de Jessé”.

Davi, desde sua juventude, era um pastor de ovelhas que confiava plenamente no Senhor. Quando enfrentou o gigante filisteu Golias, demonstrou sua fé inabalável ao afirmar que o Deus de Israel o protegeria. Sua coragem e confiança em Deus o levaram a vencer a batalha contra todas as expectativas.

Tratando-se de um pastor de igreja, enquanto a aparência, como o carisma ou a performance no púlpito, pode cativar inicialmente, é o caráter e a doutrina que revelam a verdadeira profundidade. A aptidão ministerial, a produtividade eclesiástica ou denominacional e a habilidade nas relações interpessoais são critérios importantes na escolha de um pastor. Contudo, em oração, a igreja deve priorizar a autoridade moral e a firmeza doutrinária, que revelam mais seguramente a profundidade da vida com Deus.

Portanto, é essencial que a igreja se envolva no processo de sucessão para discernir entre a aparência e a profundidade. Em oração, devemos clamar por uma visão espiritual, considerando não apenas os talentos visíveis, mas também a integridade e a fidelidade ao Senhor da Igreja.

Pr. Petronio Borges Jr.