Ao longo de sua história, o evangelicalismo criou estruturas e leis que o fizeram se distanciar cada vez mais do propósito original do Reino de Deus. Nos tempos do Novo Testamento isso também estava acontecendo. O legalismo extremista do farisaísmo judaico o distanciou do propósito original da lei mosaica, tornando a religião um fardo insuportável, mantendo cativos os judeus que nada podiam fazer a respeito. Em Lucas 6:6-11, Jesus nos oferece um exemplo poderoso de como se deve reagir quando as invenções humanas obscurecem os valores do verdadeiro evangelho. Na ocasião, Ele curou um homem em pleno dia de sábado, desafiando abertamente o legalismo dos fariseus e demonstrando que o amor e a compaixão sempre devem prevalecer sobre regras vazias.
Hoje, ainda enfrentamos os mesmos dilemas. O sistema “gospel” pós-moderno, em muitos casos, construiu um conjunto pragmático de leis e práticas que têm pouco ou nada a ver com os ensinamentos de Cristo. São questões que se tornaram instrumentos de engano, promovendo confusão e mantendo o ser humano alheio às verdades libertadoras da graça. Muitas vezes, aquilo que é apresentado como “santo” reflete mais as expectativas humanas e institucionais do que o coração de Deus.
Assim, como discípulos, somos chamados a sermos verdadeiros “fora da lei”. Não para desprezar a ordem ou o respeito pelas Escrituras, mas para rejeitar aquilo que fere a verdadeira essência do evangelho. Quando colocamos amor, justiça e misericórdia acima das convenções humanas, nos posicionamos contra um sistema que comercializa a fé e reduz a espiritualidade a rituais sem vida.
Jesus nos deu o exemplo: Ele confrontou abertamente líderes religiosos que distorciam a lei para controlar, lucrar ou parecer justos aos olhos dos outros. Ele mostrou que ser obediente a Deus nem sempre significa conformar-se às regras humanas. Pelo contrário, significa muitas vezes romper com elas para defender a essência do evangelho, trazendo liberdade e proclamando a verdade.
Este desafio também é para nós. Somos chamados a defender o evangelho autêntico, aquele que transcende normas culturais e institucionais. Ser “fora da lei” nesse contexto é, na verdade, ser radicalmente fiel à mensagem de Cristo, recusando-se a ser cúmplice de estruturas que contradizem o Reino de Deus. Não é uma rebeldia sem propósito, mas uma submissão genuína àquilo que verdadeiramente reflete o amor e a justiça de Deus.
Jesus não veio para acomodar-se a sistemas humanos, e nós também não devemos. Que sejamos discípulos corajosos, dispostos a viver um evangelho que não se conforma, mas que transforma!
Seja um fora da lei. O evangelho agradece!
Pr. Alex Oliveira – vosso servo!!!