A CONFIABILIDADE DA BÍBLIA

A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. Como registro da revelação de Deus e tendo Deus como seu verdadeiro autor, ela é infalível, inerrante e suficiente. Os batistas somos notabilizados pela defesa desta verdade. Inclusive, iniciamos a nossa Declaração Doutrinária com esta afirmação. Contudo, temo que, diante dos ataques injustos e desonestos, nos intimidemos. Devemos afirmar, quando oportuno, que a Bíblia é um conjunto confiável de documentos históricos.

Tem sido comum em nossas igrejas enfatizarmos a inspiração das Escrituras. Receio, no entanto, que não esteja sendo ressaltado, com a devida energia, a providência de Deus na preservação, ao longo de séculos, do conteúdo original inspirado. Nossa igreja cumpre papel relevante, neste mês da EBD, ocupando este espaço, para registrar informações científicas que comprovam a singularidade da Bíblia.

Duas importantes áreas da pesquisa histórica e literária são a manuscriptologia e a bibliologia. Manuscriptologia é o estudo científico de documentos antigos escritos à mão. Bibliologia pode ser entendida como o estudo dos livros e de sua formação material e histórica. Estes ramos de investigação servem de base para o estudo do passado através de um testemunho válido, portanto, documental.

A Bíblia não somente se apresenta autêntica como incomparavelmente superior aos textos semelhantes de sua época de formação. O Novo Testamento, por exemplo, mostra-se seguramente como o acervo de documentos mais confiável da literatura mundial, até mesmo em comparação aos textos clássicos da cultura ocidental.

Como a literatura antiga era escrita em material perecível, tinha que ser recopiada constantemente. Por isso, a distância temporal entre a cópia mais antiga e a época da produção de um texto é um testemunho da sua confiabilidade. Vejamos alguns exemplos:

(1) Codex Clarkianus 39, contendo textos de Platão, data de 902 a 932 d.C. e está há 1200 anos do tempo da composição.

(2) Os papiros de John Ryland (P-52), conhecidos como “fragmento de São João” – 18:31–33, 37–38, está distante apenas 100 anos do autor.

(3) Os papiros de Martin Bodmer (P-66), encontrados no Egito em 1952, contêm trechos do Antigo e Novo Testamentos e data do ano 200 d.C.

Se, por outro lado, estudarmos sobre a quantidade de cópias que existem de um texto original, descobriremos que tudo que se conhece de Platão encontra-se em apenas 07 cópias dos seus possíveis manuscritos. Já o Novo Testamento possui 5.600 cópias em grego e 19.000 nas línguas siríaca, latina, copta e aramaico.

Outra questão é a análise da variação entre cópias preservadas. Considerando a quantidade prodigiosa de cópias do texto original, o Novo Testamento possui uma consistência interna de cerca de 99,55%. Ou seja, a variação entre as cópias é mínima e ainda assim não compromete o conteúdo essencial. O NT pode ser declarado textualmente puro, possuindo, assim, mais validade histórica do que qualquer outro livro de literatura clássica ou história antiga.

Por tudo isso, lembre-se sempre de que a autenticidade documental da Bíblia não é apenas uma questão de fé, mas também de ciência. Pela fé, confiamos no único Deus Verdadeiro que se revela de maneira suficiente através das Escrituras, mas, além de crermos assim, podemos comprovar que a Bíblia é o conjunto de documentos mais confiável de toda a história.

Pr. Petrônio Almeida Borges Júnior

Ministro de Formação Cristã

Primeira Igreja Batista em Divinópolis-MG